Ela se joga mesmo. Na cara e na coragem, despida de qualquer pudor ou preconceito. Tudo em nome da felicidade. Falando assim, parece que estamos descrevendo a destemida Bianca, de "Salve Jorge", que abriu mão de uma vida confortável para correr atrás do amor de Zyah (Domingos Montagner). Mas não. Esse breve resumo é sobre Cleo Pires.
Aos 30 anos — e quase 20 de carreira —, a atriz quer mais é "quebrar tudo", conhecer novas sensações, sem medo de críticas. Solteira após três anos de relacionamento com o publicitário João Vicente de Castro, a filha de Gloria Pires e Fábio Jr. mostra sua visão sobre o casamento e a maternidade e afirma que o coração "está bem".
Cantarolando músicas orientais, Cleo vai direto ao ponto: "Vamos lá! Comigo é sempre uma guerra!". Mas a bela morena parece estar desarmada e, assim, revela quem é de verdade na entrevista a seguir.
DIÁRIO_ Recentemente, disseram que você se separou por causa de um caso com o Domingos Montagner, o Zyah de "Salve Jorge". Como você lida com tudo isso?
CLEO PIRES_ Acho superdesafiador. E adoro desafio. Lógico que você fica com raiva de certas pessoas, mas faz parte. Você tem uma vida pública e as pessoas têm interesse em você.
Mas você chegou a conversar com ele sobre isso?
Não me envolvo com essas coisas. Entendo e aceito que elas aconteçam. Não fico querendo bater palma para maluco dançar. Então, o que querem ou não falar, o que as pessoas acham, realmente não me interessa. Me interessa viver, sentir que estou fazendo o meu melhor, que estou evoluindo, que erro mesmo, mas sempre me levanto.
Você foi fotografada com o (ator) Rômulo Neto. Estão namorando?
Não, mas meu coração está bem.
Que tipo de homem a atrai?
Sou supereclética. Lógico que gosto de beleza. O mais importante é quando você se conecta com alguém, não só pelo sexo. Quando tem um negócio a mais e a pessoa tem consciência do que está acontecendo, sem querer ter o controle da situação, aí me atrai.
Quais são suas armas de sedução?
Pode ser qualquer coisa. Às vezes, é um assunto. Tudo fica sedutor quando você quer aquela pessoa. Vai do clima.
Você acha que está melhor com 30 anos? Tem medo de envelhecer?
Acho que tenho, mas todo mundo tem. Tento trabalhar isso. E a minha cabeça é muito ativa. Tenho muita energia. Tenho medo de continuar esse vulcão aqui (sempre gesticulando, Cleo coloca a mão na cabeça) e por fora não dar conta. Mas estou gostando muito de envelhecer. Me sinto, inclusive, com muito mais energia, mais bonita. Acho que o tempo me fez bem.
A energia sexual também muda...
Falo muito com a minha professora sobre a energia sexual, que tem muita coisa a ver com a dança. Um dia, ela me explicou que o verdadeiro orgasmo percorre da região pélvica até o peito e você sente, sabe? Você tem de estar com um espaço dentro de você. E aí eu disse "vou acabar ficando mal-acostumada, vou ter sempre de fazer dança oriental!" (risos).
Você se casaria de novo?
Acho tão complexo esse assunto. Ainda estou num processo de entendimento dos meus motivos, de como contribuí para a relação chegar onde chegou. E não gosto desse termo "casamento". Acho muito cristalizado. Quer dizer um tipo de vida que não me interessa. Não quero ser porto seguro de ninguém nem estar numa relação que me dê apenas segurança. Se eu quiser me aliar a alguém é para criar asas e ganhar o mundo, quebrar tudo. E o que vejo dos casamentos não gosto. Me senti limitada, mas pela consciência que tinha. Deixei de passar por processos importantes.
Sua mãe sempre fala que quer ser avó. Você se vê mãe?
Mas ela fala isso desde que nasci! Sou supermaterna com meus irmãos. Gosto de orientar, cuidar, ajudar a evoluir. E ser mãe é isso. Mas acho que é um caminho muito natural. Não sou o tipo de pessoa que fala "pronto, agora vou ser mãe". As coisas vão acontecer naturalmente.
O que você carrega de seus pais?
Sou muito parecida com meu pai, o Orlando (Morais). E é engraçado, porque dia desses vi o musical sobre Tim Maia e alguém me falou que o filho dele, que não é de sangue, canta igual a ele. Acho que é meio esse caso. Tenho uma cabeça muito ampla, sem preconceito com as coisas. Acho que tudo pode. Gosto de fazer o que todo mundo acha que é loucura. E ele é muito assim, ousado. E minha mãe tem uma clareza, uma objetividade... Tenho aprendido com ela a humanizar mais as coisas, a não ficar tão espartana.
E com o Fábio Jr.?
Muita coisa! Ele é muito ousado, sensível. Tenho aquela intensidade de querer tudo ao mesmo tempo e agora. Preciso estar em estado de choque o tempo todo para sentir que estou viva. E isso é muito Fábio Jr.
Sou mais adocicada que ela. Mas somos muito corajosas. Tenho alguns medos, só que sinto vontade de transformar as coisas, de estar aberta.
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